Princípios da RECC

Retirado da cartilha "Construir Grêmios de Luta". Download aqui
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AÇÃO DIRETA: É o princípio que defende que para conquistar direitos e alcançar mudanças, os estudantes e os trabalhadores devem tomar o destino em suas mãos. Ou seja, a luta deve ocorrer através de protestos, ocupações, greves, etc. É uma oposição a meios indiretos, tais como a eleição de representantes políticos nos governos, que prometem soluções para uma data posterior, ou depositar ilusões no sistema jurídico. Portanto, ação direta não quer dizer, necessariamente, ação violenta, e sim o povo sendo agente das próprias mudanças.

AUTONOMIA FRENTE A PARTIDOS E GOVERNOS: O vínculo com o governo traz junto à necessidade de defendê-lo em troca de cargos e benefícios. Mesmo quando os governos estão aplicando medidas que prejudicam a vida da população, vemos que os movimentos estudantis “governistas” deixam em segundo plano as reivindicações estudantis. Para garantir que nossos objetivos sejam atendidos, não podemos nos vincular a nenhum governo, afinal o governo costuma ter um lado, que não é o nosso. Quando se defende autonomia também frente a partidos, isso se dá pelo fato de os partidos que temos atualmente são “eleitoreiros”, isto é, buscam entrar no governo a qualquer custo e pela experiência podemos ver que aqueles que entram no governo costumam ter medidas bem parecidas com todos os outros anteriores. Muda-se o discurso, mas a prática é a mesma.

ANTI-GOVERNISMO: Quando falamos da importância de ser antigovernista estamos defendendo que além de mantermos a autonomia frente aos governos, devemos lutar contra ele, mesmo que se diga de “esquerda”. Isso foi algo que não aconteceu com a UNE que defende o governo do PT desde 2002, recebendo verba até para a realização dos seus congressos. O “governismo estudantil” da UNE e da UBES deve ser criticado e combatido, pois atrapalha e trai a luta dos estudantes.

ANTIRREFORMISMO: O sistema capitalista é um sistema baseado na opressão e na desigualdade, sem ricos e pobres o sistema capitalista acaba. Sendo assim, se quisermos o fim das desigualdades não temos que lutar simplesmente para reformar o sistema capitalista, mas sim lutar para que ele acabe.

DEMOCRACIA DE BASE: Hoje existe uma prática burocrática (antidemocrática) de grupos e partidos que dominam algumas organizações estudantis. Nós acreditamos que as organizações devem tomar decisões de baixo para cima, e não o contrário. Defender isso quer dizer que os estudantes devem ter maior poder de decisão do que a diretoria do Grêmio ou de uma entidade. A diretoria do Grêmio e outras entidades representativas não devem nunca colocar seus interesses acima dos interesses dos estudantes. Na democracia de base, as assembleias são a instância superior de um Grêmio Estudantil.

CLASSISMO: Acreditamos que a sociedade é dividida em classes, de um lado temos os capitalistas (os donos de grandes empresas, de grandes propriedades de terra, donos dos bancos) que têm interesses diferentes da outra classe, a classe trabalhadora (composta pela maioria da população que trabalhar diariamente para tirar seu sustento ou que está desempregada). Os trabalhadores, apesar de tudo produzirem, ficam com uma pequena parcela da riqueza. Sendo assim, acreditamos que os estudantes que fazem parte da classe trabalhadora devem se organizar e lutar junto dessa classe. A vitória dela será a sua e vice-versa.