Lançada a Cartilha - Cadernos de Combate Estudantil, vol II

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Encerramos a introdução da primeira edição dos Cadernos de Combate Estudantil da seguinte forma:
“O ano de 2017 se aproxima, e junto dele, o avanço cada vez mais violento do Ajuste Fiscal, tanto a nível federal pelas mãos do governo Temer/PMDB (uma continuidade das políticas de austeridade do governo Dilma/PT), e a nível estadual, através do governo Wellington Dias/PT. Sabemos que a batalha no campo da luta de classes seguirá continuamente, e por isso, continuaremos nossa missão de organizar as bases de forma independente, fazendo no Movimento Estudantil o que muitas organizações dizem ser impossível”.
Hoje, e próximo do fim do ano, avaliamos como verdadeira nossas afirmações. 2017 se mostrou um ano de combates contra o Ajuste Fiscal, infelizmente com diversas perdas. Acreditamos que isso se deva principalmente a inércia da socialdemocracia, que tutela hegemonicamente o movimento estudantil e sindical, que está mais preocupada com as eleições de 2018 que necessariamente com a derrota da luta por direitos dos trabalhado-res. Acredita ser mais fácil costurar acordos com a ala reacionária (liberal e conservadora) que garantir vitórias nas ruas.
Isso não nos espanta. Tivemos a oportunidade de, em diversas vezes, acompanhar em teoria e em prática, a ação destes grupos, que se limitavam a balançar bandeiras ou a discursar para o vazio, claramente sem intenção de alterar a realidade que se queixavam publicamente.
De 2018 não esperamos nada além de verborragias do setor socialdemocrata/reformista, pois as eleições os colocarão mais distantes ainda da realidade material, preocupados com a eleição do ano que se aproxima, que como sempre, classifica como inconsequente a noção acertada do povo de que eleição é ilusão. Da reação (liberais e conservadores), uma propaganda virulenta e ultrapopulista seguirá junto de ações de criminalização da luta e organização autônoma do povo. Ou seja, o combate aos grupos que abandonaram a farsa da democracia burguesa é o elo que une as duas posições, pois ambos precisam de um “inimigo” para sobreviver. Independente das disputas, ou mesmo de quem saia vitorioso, o Ajuste Fiscal brasileiro seguirá. Este continuará sendo nosso principal inimigo, que combateremos a todo o momento.
Apresentamos a seguir nossas colaborações teóricas realizadas em nossos comunicados, a entrevista que realizamos com o Comité Estudiantil de Resistencia, de Córdoba-ESP, as cartas de adesão de dois camaradas que saíram da UJS/PCdoB para ingressar em nossas fileiras, assim como textos publicados em nossa página no Facebook para agitação e propaganda.
Desejamos uma boa leitura a todos/as!


IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

EM DEFESA DOS TERCEIRIZADOS DA UFPI DE PARNAÍBA!

Comunicado do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí. Em 30.11.2017
Leia no Facebook ou baixe em pdf


Nós, do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí denunciamos e repudiamos a perseguição que os terceirizados do R.U. da UFPI de Parnaíba vem sofrendo. Segundo relatos, os terceirizados sofrem com o assédio moral e humilhações tanto dos técnicos quanto dos alunos. 

Como se não bastasse isso, são um dos mais atingidos com os cortes do governo, que segundo a direção do Campus, não nos afetaria em nenhuma dimensão, mas já vemos cortes de bolsas entre os estudantes e demissões em massa dos terceirizados, o que aumenta a precariedade do trabalho na UFPI.

Recentemente, uma publicação sobre alimentos estragados sendo servidos aos estudantes da UFPI de Parnaíba viralizou e tornou-se pauta de discussão, colocando sob os ombros dos terceirizados a culpa. Nesses debates, em momento algum o verdadeiro problema é levantado: A qualidade da alimentação servida aos estudantes, a falta de trabalhadores equivalente a demanda, a precarização do ambiente e dos instrumentos necessários para um cenário minimamente digno de trabalho, e as consequências desses fatores na saúde dos trabalhadores que recorrentemente, têm adoecido tanto psicológica quanto fisicamente.

Não se fala também, da carga horária extensa de serviço; da inflexibilidade na frequência, já que mesmo nos dias em que o restaurante está fechado, eles precisam estar lá para bater o ponto; da pressão que sofrem por serem terceirizados e das precariedades que são sujeitados para gerar mais lucros aos seus patrões, como não terem seus empregos garantidos e ameaças constantes de demissão por parte da administração do R.U, que coagidos, nem mesmo se defendem das acusações ou se manifestam sobre suas condições de serviço por medo de represálias. 

Nós, estudantes, precisamos entender que se não estamos aliados com os trabalhadores, estaremos aliados com os exploradores, que vivem do nosso suor e que sempre estão em busca de mais dinheiro. Precisamos defender os terceirizados e lutar pela efetivação deles no quadro de funcionários da Universidade, garantindo assim salário digno, direitos e estabilidade no emprego!

TERCEIRIZADO É MEU AMIGO, MEXEU COM ELE, MEXEU COMIGO!
IR AO COMBATE SEM TEMER, OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
CONTRA O AJUSTE FISCAL, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
TERCEIRIZADOS, EFETIVAÇÃO JÁ!


Ciclo de Formação Política: Cine debate "O Jovem Karl Marx"


O Comitê de propaganda da Rede Estudantil Classista e Combativa no Piauí convida a todos os interessados a participarem de nosso Ciclo de Formação Política, que contará com debate de textos e filmes.

Iniciaremos com um cine-debate do filme "O Jovem Karl Marx", dia 17 de Novembro (sexta-feira) às 15h, na UESPI de Parnaíba. Para participar, basta se inscrever nesse link: goo.gl/sVtxUz

Evento no facebook: aqui

[Parnaíba] Recepção de calouros da UFPI


Damos boas vindas a todas e todos que ingressaram na Universidade Federal do Piauí, principalmente os alunos de escola pública, que conseguiram vencer o ENEM.

Depois de tantos anos na escola, finalmente, a Universidade! Novos amigos, experiências, etc. Mas nem tudo são flores.

Atualmente, a UFPI, assim como outras universidades do Brasil, corre o risco de fechar. Isso mesmo, você mal entrou e já pode sair. Isso porque os cortes que a educação sofreu piorou nossa vida e a das/os trabalhadoras/es da Universidade. Nossas bolsas de estudo, pesquisa e trabalho estão sendo retiradas. Terceirizadas/os já foram demitidos. O Restaurante Universitário corre o risco de fechar. Sabe o que isso significa? Que nós, filhos e filhas de trabalhadores, não vamos conseguir ficar na UFPI. Por isso, ficar sem fazer nada não é uma opção.

Já vimos que nenhum político, partido ou governo vai nos defender. Nós só contamos com a nossa própria força pra mudar isso. Pensando nisso, nós convidamos todos para a Recepção de Calouros da UFPI, onde vamos conversar sobre a importância do Movimento Estudantil para lutar por nossos direitos. Vai ser na quadra da UFPI, dia 22 de Agosto, uma terça, a partir das 15h.

Convide seus colegas de curso e participe!
Veja o evento no Facebook

Lançado os Cadernos de Formação Política do CP/RECC-PI

Nós, militantes do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí, compreendemos que desde 2009 a RECC tomou a decisão de fazer do impossível uma realidade dentro do Movimento Estudantil brasileiro. Optamos não por criar e sustentar artificialmente uma organização, fundada de cima para baixo, e por isso decidimos dedicar nossos esforços dentro da RECC. A realidade material de cada localidade é as bases das atividades da Rede, que se articulam nacionalmente através dos nossos irredutíveis princípios. Assim, a ideia de reorganização do Movimento Estudantil brasileiro passa pela necessidade preparar os estudantes para compreenderem e transformarem a realidade existente. Nosso crescimento a nível nacional não é meramente quantitativo, mas principalmente, qualitativo.

Tentando colaborar com esse avanço coletivo, é com prazer que informamos a publicação dos nossos Cadernos de Formação Política. Trata-se de compilações de textos produzidos dentro da RECC e do FOB, discutindo diversos assuntos da realidade brasileira, mostrando também nossa forma de se organizar e lutar. Os textos serão constantemente atualizados na medida em que a realidade em que vivemos for se modificando. Além dos cadernos, introduzimos outros textos que julgamos necessários para compreender materialmente a sociedade em que vivemos. Clique nos textos com asterisco para baixar os cadernos.

CADERNOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA:
* História da RECC (O que é a RECC? | O Movimento estudantil ontem e hoje | Por um novo movimento estudantil: Construir as oposições nos locais de estudo)
* COMBATE DE LINHAS POLÍTICAS NO MOVIMENTO ESTUDANTIL (Análise do Congresso Nacional dos Estudantes: Um congresso a serviço de uma nova entidade, Uma nova entidade a serviço do oportunismo | UNE recebe presente de natal milionário do papai  | Por que não fomos aos congressos da UNE e da ANEL)
* MULHERES, GÊNERO, RAÇA E CLASSE (Hoje mais do que nunca, construir o braço feminista no sindicalismo revolucionário | Da linha de frente ninguém me tira! 8 de Março: Dia Internacional da Mulher Trabalhadora | Raça e classe: recortes necessários da luta feminista)
* ANÁLISE DE CONJUNTURA DA SOCIEDADE E DO MOVIMENTO ESTUDANTIL (Por que não gritamos “Diretas Já” | Chega de ilusão, avançar na ação e organização: a necessidade da greve geral e da independência para os direitos populares! | 1º de MAIO: Combater a Burocracia Estudantil e Reconstruir o Sindicalismo Revolucionário)

TEXTOS COMPLEMENTARES:
TEXTOS AVANÇADOS:

CONTRA OS ATAQUES AO POVO: GREVE GERAL DIA 30!

Comunicado do CP/RECC-PI. Teresina, 28/06/17.
Baixe pra ler depois ou na nossa página



A Greve Geral é nossa arma contra os nossos inimigos, contra os patrões, os ricos, os grandes donos de terra. As greves são instrumento de luta histórico dos trabalhadores, o fim do trabalho infantil e a jornada de 8h de trabalho diário, são frutos de grandes greves e lutas.
Quem participa das greves é o povo, ela não ocorre só em um dia como querem os partidos eleitoreiros, a burocracia estudantil e sindical. Além da injustiça dos ricos e a miséria que eles sempre impuseram, tem se encaminhado contra o povo as reformas da previdência e trabalhistas, tudo parte do Ajuste Fiscal. Para o combate nessa luta, precisamos da nossa independência nas ruas! É organizando a Greve Geral nas escolas, universidades, bairros e local de trabalho que iremos incomodar.

PORQUE LUTAMOS PELA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DO POVO?
Porque muitos partidos e organizações que calaram a boca do povo durante os governos Lula e Dilma hoje se dizem “de luta”. Eles esvaziam as lutas dos trabalhadores e transformam a Greve Geral em um desfile, uma paralisação de um dia. Estes partidos e organizações foram os mesmos que se calaram durante os cortes de verbas da educação entre 2014 e 2015,  se calaram contra o aumento das passagens, que aparecem em nossos bairros quando a campanha eleitoral começa. Não podemos nos iludir, nossa vitória só virá por nossas próprias mãos.

QUEM SOMOS NÓS?
A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) é uma corrente nacional do Movimento Estudantil filiada ao Fórum de Oposições pela base (FOB). Somos independentes e não defendemos nenhum partido, político, governo ou empresa.
Usamos na nossa luta a ação direta, que vai desde os debates de formação política até protestos na rua. Em nossa organização não recebemos ordens de uma pessoa do topo; todos tem poder de decisão, e é assim que, ombro a ombro, construímos cada luta.
A RECC tem núcleos em todo o país, e aqui no Piauí está organizada como Comitê de Propaganda desde 2016. Nossa tarefa é  avançar na reorganização do movimento estudantil, construindo uma luta fora das ilusões conformistas e eleitoreiras. Somente nas ruas, nas escolas, nos nossos bairros e no trabalho podemos combater nossos inimigos, nunca dentro de gabinetes com diretores, reitores, ou políticos.

PORQUE COMPOR UM BLOCO AUTÔNOMO E COMBATIVO?
Porque só de forma independente, com a superação das burocracias estudantis e sindicais mudaremos de fato as coisas. Nossa luta não deve virar desfile nem trampolim político de partidos. Nossa luta é classista, combativa e pela base. Precisamos estar juntos contra aqueles que são nossos carrascos, com autonomia frente a partidos, governos e políticos!

Quem tem medo da RECC?

Piauí, 13 de Junho de 2017


Sofremos um ataque que derrubou nossa página em 09 de Junho. Não temos certeza de quem ou que grupo fez isso, pois a prática é comum para todos os que querem aniquilar a luta autônoma e combativa do povo, desde a socialdemocracia eleitoreira ao bloco da reação (liberais e conservadores).
Não nos iludimos com a possibilidade de "militância na internet", mas sabemos da importância estratégica de nossa antiga página como veículo de informação. Se a intenção for encerrar nossas atividades, será necessário bem mais que isso, pois nossa prática se dá na realidade material e concreta, onde transformamos nossas palavras em ação.
Quem tem medo da RECC? Os partidos eleitoreiros, os oportunistas "de esquerda", os conservadores, os liberais. Ou seja, os inimigos do povo. Nossa organização no Piauí não só fala sobre um novo jeito de fazer Movimento estudantil, mas faz isso em cada panfleto entregue, em cada cartaz colado, em cada atividade realizada, em cada manifestação construída.
Pedimos ainda a solidariedade de todos os setores independentes, classistas e combativos para propagar nossa mensagem, compartilhando e curtindo nossa página, para que possamos continuar o trabalho de construir um campo de lutas além da via eleitoral, combatendo o oportunismo socialdemocrata e reacionário ao mesmo tempo. 

Derrubem uma, faremos mil outras, se preciso for.

VIVA A REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA!
VIVA O FÓRUM DE OPOSIÇÕES PELA BASE!
TODO PODER AO POVO!
MORTE AO OPORTUNISMO!

As eleições do DCE da UFPI: Entre o Parlamentarismo Estudantil e a Autonomia Combativa

Comunicado do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí
Teresina, 31 de Maio de 2017. Leia também no facebook ou baixe aqui

Se aproxima mais uma eleição do DCE da UFPI de Teresina. Panfletos coloridos, adesivos, cumprimentos pelos corredores, convites para bares e festas, passagens em sala... Nesse período, todos são simpáticos. Todos querem que os estudantes participem. Mas se olharmos para o passado, veremos várias traições desses grupos contra os estudantes. Isso não ocorre por acaso, e faz parte de uma política de contenção e domesticação da fúria estudantil nas universidades de todo o país. As eleições da UFPI precisam ser analisadas criticamente para não cairmos intepretações simplistas, que não ajudam e só iludem os estudantes. Para isso, veremos a origem, composição, métodos e práticas de cada chapa dessas eleições.

Chapa 01, Endireita UFPI: Formada por estudantes do bloco da reação (liberais e conservadores), tem sua origem no movimento contra a luta autônoma e combativa por direitos estudantis na UFPI. Usam um frágil discurso "anti-partidário" e falsamente independente, já que a chapa é formada por vários apoiadores do candidato Jair Bolsonaro, do Partido Social Cristão (PSC). Defendem propostas vagas e meramente estéticas, que não podem ser realizadas. Concordam com os ataques dos governos contra povo, como a reforma trabalhista e da previdência, que tanto prejudicarão os estudantes.

Chapa 2, Coragem para mudar: Formada pela União da Juventude Socialista (UJS, do PCdoB), a chapa se apresenta como defensora do das lutas dos estudantes. Mas na prática, a UJS manteve apoio incondicional ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT), defendendo diversos ataques contra os estudantes, como a reforma universitária 2009, os megaeventos que benefciaram somente as grandes empresas, os cortes de mais de 10 bilhões de reais na educação entre 2014 e 2015, tudo isso em troca de verbas para a União Nacional dos Estudantes (UNE), da qual a UJS é direção a mais de 20 anos. Usando o Movimento Estudantil, projetou vereadores para o PCdoB em Teresina e controlou o DCE da UFPI por diversos anos, tentando impedir de todas as formas o avanço da auto-organização estudantil na Universidade.

Chapa 3, Lutar e mudar as coisas me interessa mais: A chapa que melhor explica o parlamentarismo estudantil e o coleguismo, outro grande problema do Movimento Estudantil. Formada pela UJR, do PCR; o RUA, do PSOL; e o MAIS, um racha do PSTU. Essas organizações criticam-se entre si pelos corredores da Universidade, mas para a disputa de DCE, DAs, ou CAs, não hesitam em rebaixar seus programas para fazer “alianças táticas”. A experiência histórica do DCE da UFPI mostra que esses "blocões" se dissolvem pouco tempo depois das eleições, e das chapas com 20, 40 pessoas, sobram 5 para a gestão.

Passadas as eleições, os panfletos não vão mais circular, os adesivos sumirão, as reuniões cessarão, e todos voltarão aos seus grupos, brigando entre si novamente e acusando um ao outro pelos corredores da UFPI. Reaparecerão quando as campanhas presidenciais iniciarem, para que seus candidatos sejam os novos carrascos do povo e possam gerir a crise brasileira.

DESTRUIR O PARLAMENTARISMO ESTUDANTIL! CONSTRUIR O MOVIMENTO ESTUDANTIL CLASSISTA, COMBATIVO E INDEPENDENTE!

As chapas, por mais que variem de discursos ou propostas, estão unidas pela prática do parlamentarismo estudantil, sejam progressistas ou reacionários. O parlamentarismo estudantil é uma estratégia dos grupos ligados a partidos eleitoreiros no movimento estudantil. Tratam como ponto principal as eleições para entidades, assim como seus partidos veem como mais importante ganhar as eleições. Percebemos isso pelo esforço feito pelas chapas em chamar os estudantes para o voto, o que não é feito com tanta frequência fora das eleições.
A realidade é que assim como as eleições para presidente ou prefeito, a vitória de um ou outro não signifca aumento da combatividade das bases, nem mesmo a garantia dos direitos estudantis. Esses grupos aplicam uma prática política limitada entre os estudantes, realizando atos sem resultados e servindo para projetarem futuros candidatos a vereadores, prefeitos, governadores, etc. Assim, fca claro que eles veem o movimento estudantil como um mero trampolim político eleitoral.

Não aceitamos que o movimento estudantil se limite às eleições de entidades. E essa resistência não se dá só em palavras. A RECC desde o seu surgimento mostrou que o parlamentarismo estudantil é fruto da política dependente aplicada pelos partidos eleitoreiros. Vendo isso, buscamos todo o tempo municiar politicamente e organizar os estudantes contra nossos carrascos. Esse trabalho não é feito por nós só em tempos de eleição, mas constantemente.

Mostramos que a saída para isso é a criação de coletivos de curso e oposições por local de estudo, que garantam a participação das bases, a formação política dos estudantes, e reivindicações mais sólidas frente a diretorias, reitorias e governos. Estes coletivos e oposições são independentes e sem hierarquias, articulados nacionalmente dentro da RECC, existindo em quase todo território nacional e impulsionando diversas lutas, como contra a LGBTfobia, por creches, passe livre estudantil, melhores condições da estrutura das universidades, e na defesa incondicional das classes trabalhadoras. Nosso posicionamento de firme combate faz com que essas organizações criem boatos contra nós, o que não nos intimida nem mesmo nos faz recuar.

Não temos nenhuma esperança em qualquer uma das chapas. Essa postura é conjuntural, pois sabemos que nenhuma chapa dessa eleição fará uma política combativa em defesa dos estudantes. Acreditamos porém na capacidade política dos estudantes independentes e combativos, até mesmo os que, sendo minoria, compõem a chapa 2 e 3, e que historicamente vem se posicionando contra a tutela no movimento estudantil, e construindo campos autônomos de resistência contra os ataques de diretorias, reitorias, governos e empresas. Existe "vida" além das eleições para o DCE da UFPI, e seguiremos frmes em defesa da causa do povo, construindo uma real alternativa dentro movimento estudantil piauiense e brasileiro.


SEPULTAR O PARLAMENTARISMO ESTUDANTIL!
CONSTRUIR A ALTERNATIVA CLASSISTA E COMBATIVA!
IR AO COMBATE SEM TEMER, OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Ciclo de Estudos Políticos e Sociais (Parnaíba)

O Comitê de Propaganda da RECC no Piauí convida todas e todos para o Ciclo de Estudos Políticos e Sociais. Queremos preparar teoricamente os estudantes, para que possam interpretar e transformar coletivamente a realidade. Primeiro, estudaremos o Capitalismo e a Luta de Classes. Usaremos textos iniciais de autores clássicos, tendo também um cine-debate.  O grupo terá 15 vagas, e as inscrições podem ser feitas através deste formulário


CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:
Os textos podem ser baixados clicando em seus nomes.

I Encontro (17.06, Sábado, 09h - Parnaíba).
Cine-debate: Da Servidão Moderna

II Encontro (24.06, Sábado, 09h - Parnaíba).
Explorados e Exploradores (Marta Harnecker). 

III Encontro (01.07, Sábado, 09h - Parnaíba).
O Sistema Capitalista (Mikhail Bakunin)


IV Encontro (08.07, Sábado, 09h - Parnaíba).
Burgueses e proletários (Karl Marx & Friedrich Engels)


Minha saída da UJS/PCdoB para construir a RECC no Piauí.



Em meados de 2016, ao iniciar minhas aulas na UFPI – Campus Parnaíba, pude estar participando ativamente do que acontecia com a sociedade brasileira, tanto mentalmente (através de busca de informações), quanto fisicamente (participando de ações). Nesse mesmo período, houve um certo alvoroço para a reestruturação de uma corrente do movimento estudantil chamada UJS (União da Juventude Socialista, do PCdoB) em Parnaíba. A princípio, vi como uma oportunidade para poder unir forças com outras pessoas, com os mesmos objetivos que os meus, para assim podermos pensar e agir juntos. Durante minha participação, aceitei ser Vice-Presidente da organização na cidade. Como muita coisa, o começo foi intenso. Me fez realmente pensar que poderíamos mudar algo, fortalecido com o congresso estadual da organização em Teresina. Porém, fogo em palha acaba rápido, e com a UJS – Parnaíba, não foi diferente.

As "ações" não passavam de ideias discutidas num grupo de WhatsApp que cada vez mais caía em esquecimento. E em um momento do qual não me recordo, por inatividade, silenciei o grupo no aplicativo. Cansei.

Enquanto muita coisa acontecia no Brasil, os únicos movimentos que via eram aqueles que poderiam de alguma maneira, trazer visibilidade. Mídia. Mas enquanto isso, a favela continua a sangrar.

Tempo após tempo, me vi cada vez mais desanimado. Em um dado momento, resolvi me afastar de tudo. Mas voltei às atividade com alguns alunos na UFPI, com ações que tinham como foco somente o campus dentro do "Movimento Resistência". Após alguns meses, ver as siglas RECC/FOB era cada vez mais recorrente, e a curiosidade sobre a organização aumentava. O contato inicial não foi muito convidativo, por conta da desconfiança dos membros do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí, gerada por minha intenção de participar das atividades da organização sendo ainda membro da UJS/PCdoB. Mas, resolvido esse contratempo, pude começar o processo de ingresso no CP/RECC-PI.

O que mais me chamava atenção, era o foco: A base. Os estudantes. Os trabalhadores. Afinal, quem é que realmente leva esse país nas costas? Esse, para mim, foi o maior diferencial. Outras pautas defendidas, eram não só de meu conhecimento como mais importante, de minha concordância, o que mostrava que muitos pontos em comum começavam a se unir. O processo de ingresso foi demorado por diversos contratempos, entre o trabalho e o estudo.

Ao final de todo o processo, a conclusão não poderia ser outra:

Digo aqui que me declaro fora da organização estudantil intitulada por União da Juventude Socialista (UJS/PCdoB), para poder construir a RECC no Piauí, e assim, juntos, possamos lutar por aqueles que fazem parte de nós.

Nasci na base, na base me criei e por ela lutarei!

Camarada P.

Por que não gritamos "Diretas Já"

Comunicado do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí. Veja também no facebook

O caos parlamentar avança no país. Fica cada vez mais difícil diferenciar a prática dos partidos eleitoreiros.  Enquanto o circo de delações, prisões e acusações avança, nosso real inimigo, as reformas sociais e econômicas -o Ajuste Fiscal- continua intocável.

A realidade mostra a cada dia que quem manda no país não são os políticos, e muito menos o povo, mas sim as grandes empresas (Odebrecht, OAS, JBS, etc). Isso não acontece por acaso. Significa que o voto e as eleições são uma enorme mentira, que por ela só se elegem testas de ferro para empresários. Mostra também que não importa quem esteja na presidência, o governo terá que continuar as reformas, exigência dos patrões brasileiros e estrangeiros.

Não gritamos "Fora Temer", e nem gritaremos "Diretas Já" ou "Eleições Gerais" por isso. Acreditamos que essas campanhas são meramente estéticas, seja na prática festiva e burocrática das manifestações, ou nos poucos resultados. Elas foram criadas e defendidas por partidos eleitoreiros, como PT, PCdoB, PSOL, PSTU, etc., e suas organizações sindicais e estudantis, como UJS, UNE, UBES, RUA, ANEL, CUT, CTB, CSP-Conlutas etc. A intenção é simplesmente colocar os seus políticos no poder, como se isso fosse frear as reformas.

Essas campanhas, para nós, apontam a verdade sobre os partidos eleitoreiros e suas organizações sindicais e estudantis: querem somente as eleições, os cargos, o controle ilusório da burocracia. Assim, jogam fora uma rara oportunidade de destruir de forma efetiva o Ajuste Fiscal.

Continuaremos a defender o combate às reformas, pois entendemos que todos os políticos podem cair, mas ela se manterá de pé, e só nossa força unida poderá derrubá-la.  Essas reformas não são monstros distantes de nós. São os cortes de verba em nossas universidades e escolas. É o transporte e a saúde ruins. É o desemprego, ou empregos sem garantias de direitos básicos, como carteira assinada, férias e salário mínimo. É a repressão que avança em direção aos que lutam contra tudo o que está posto. 

Temer vai continuar presidente? Não sabemos. Sabemos que qualquer um que vier, dará continuidade o Ajuste Fiscal. Não podemos nos iludir ou iludir outros estudantes e trabalhadores.  Não podemos defender campanhas que tem por fim meras eleições presidenciais. Não podemos trocar o alvo correto por espantalhos e discursos fáceis. O nosso futuro está em jogo, e já é tempo de se fazer uma luta classista, combativa e independente fora dos limites das eleições.



CONTRA O AJUSTE FISCAL, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Atividade do CP/RECC-PI em Teresina



A crise mundial do capital e a austeridade aplicada contra a classe trabalhadora são ataques que influenciam na construção social do processo de saúde e adoecimento. Diante disso, realizaremos um debate sobre os danos da reforma da previdência na saúde pública e na saúde do trabalhador.
O evento vai acontecer dia 26 de Maio, sexta-feira, 16h, no espaço Carretel da Comunicação Social (UFPI-Teresina), e será mediado pelo Comitê de Propaganda da RECC e do FOB no Piauí.

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COMO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA AFETA SUA SAÚDE
26 de Maio (sexta), 16h - Espaço Carretel (UFPI-Teresina).
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CONTRA O AJUSTE FISCAL, CONSTRUIR A GREVE GERAL!
IR AO COMBATE SEM TEMER, OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Evento no facebook aqui

Greve Geral de 28/A: Ou é independente, combativa e pela base, ou não é!

Comunicado do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí. 27 de Abril de 2017.

ESCOLHENDO PRIORIDADES...
Vivemos tempos difíceis. O ajuste fscal, esse pacote de medidas que supostamente vai “salvar a economia” do país, vem tirando os nossos direitos, e continua avançando. Já perdemos algumas batalhas, mas a guerra continua. O próximo passo do governo é a reforma da previdência. O principal plano deles é aumentar o nosso tempo de trabalho. Assim os patrões e patroas ganham mais dinheiro, e a gente fca sem aposentadoria, sem descanso. Sabemos que o governo Temer é ruim, mas não nos enganamos. O Ajuste Fiscal não iniciou com ele.
Foi no governo Dilma que a coisa começou. Vários direitos foram cortados. Várias manifestações foram reprimidas com violência. Várias leis que condenam os movimentos sociais foram assinadas. E tudo isso para salvar o sistema econômico em que vivemos. Entendemos que Temer governa para os ricos e patrões, assim como o governo Dilma governou. Assim como todos os outros que foram e que virão. Por isso, nosso inimigo principal é o Ajuste Fiscal. Tirar ou colocar presidentes não vai mudar nada.

GREVE GERAL - OU É INDEPENDENTE, COMBATIVA E PELA BASE, OU NÃO É!
A Greve Geral é uma arma nossa. Ela paralisa a economia nacional, ergue barricadas e alimenta a fúria do povo contra seus carrascos. Mas não surge da noite para o dia. Ela é independente, ou seja, funciona fora dos partidos políticos eleitoreiros, que só querem votos, e pra isso usam a luta do povo como trampolim. Ela é combativa, negando a justiça que os ricos empurram goela abaixo à nós. Ela é feita pela base, construída em cada escola, universidade, bairro e local de trabalho. Greve Geral não é palanque de partidos políticos. Greve Geral não é pacífca. Greve Geral não é feita pelas burocracias estudantis e sindicais. Greve Geral não acontece em um só dia. 
Muitos dos partidos e organizações que calaram a boca do povo durante os governos Lula e Dilma hoje se dizem “de luta”. Hoje são defensoras dos direitos do povo. Mas se calaram quando eram os seus candidatos que retiravam esses direitos. Se calaram quando a saúde foi vendida para a EBSERH. Se calaram diante dos ataques na educação, que perdeu 15bi entre 2014 e 2015. Se calaram contra o aumento das passagens em Parnaíba na gestão do Florentino Neto. Mas hoje dizem que são amigos do povo, e que qualquer crítica contra eles é um “ataque da direita”. Mentira maior não há.
A greve geral, ou será independente, combativa e pela base, ou não será. Só assim o povo participará. E se não for, será apenas um desfle, sem incomodar nada ou ninguém. Sem mudar de fato as coisas, servindo apenas de trampolim político.
 
CONSTRUIR A RECC NO PIAUÍ PARA MASSIFICAR A LUTA DO POVO
A RECC defende o Sindicalismo Revolucionário. Essa tradição de luta internacional é aplicada no Brasil pelo Fórum de Oposições pela Base (FOB). Fomos frmes na defesa do povo desde nossa fundação em 2009. Combatemos os inimigos, (os ricos, os patrões, os latifundiários), e os inimigos disfarçados de amigos, (os partidos eleitoreiros, a burocracia estudantil e sindical). Participamos ativamente de greves, manifestações, ocupações, campanhas de solidariedade, etc.

Nós do Comitê de Propaganda da RECC no Piauí nascemos em 2016. Estamos empenhados em massifcar a lutas estudantis e dos trabalhadores. Aumentar em número e em qualidade nossas reivindicações. Dentro e fora das escolas e universidades, não abandonamos nem traímos nossa classe. Buscamos uma nova forma de fazer movimento estudantil. Independente, horizontal e combativo.Os que estão com a RECC no Piauí são os mais comprometidos e sinceros militantes. Assim, pela prática, mostramos que construir a RECC é massifcar a luta do povo. É não servir de marionete de empresas, políticos, governos ou partidos. É não enganar, nem ser enganado. Avançaremos juntos, novamente, nesta batalha. Nosso futuro está em jogo, e em nossas mãos. Nós seremos o pesadelo dos que condenam o povo à miséria e à morte.

IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER! 
CONTRA O AJUSTE FISCAL, CONSTRUIR A GREVE GERAL! 

Assinam: 
Comitê de Propaganda da RECC no Piauí;
Pró-Coletivo de Curso na História/UESPI-PHB;
Pró-Coletivo de Curso na Psicologia/UFPI-PHB  

Entrevista do CP/RECC-PI com o CER-Córdoba (Espanha)

O Comitê de Propaganda da RECC no Piauí (CP/RECC-PI), entendendo que o combate contra o avanço do neoliberalismo, da socialdemocracia e da reação só será possível pela articulação internacional da luta independente e classista do povo, busca, a partir de agora, discutir publicamente sobre o Movimento Estudantil com organizações de outros países, para conhecer a realidade em que estão localizadas. 

É com honra e felicidade que apresentamos, em língua portuguesa, a entrevista realizada com os/as camaradas do Comité Estudiantil de Resistencia de Córdoba (CER/Córdoba-Espanha). A entrevista em espanhol pode ser acessada aqui.

Manifestação do "Bloco Estudantil", formado pelos "Comités Estudiantiles" e o "Comité Estudiantil de Resistencia" (CER) por educação pública de qualidade e contra o patriarcado


CP/RECC-PI: Em primeiro lugar, gostaríamos que se apresentassem aos estudantes e trabalhadores brasileiros.
CER/Córdoba: O Comitê Estudantil de Resistência é um coletivo de estudantes de base, independente, classista e combativo que opera na cidade de Córdoba. É formado majoritariamente por estudantes secundaristas, e alguns estudantes universitários e técnicos. Atualmente somos diversas pessoas, entre militantes e pré-militantes (estudantes que estão começando a participar do coletivo). Nosso objetivo principal é levar a lutar estudantil para as aulas e para as ruas, tentando organizar e coordenar os distintos elementos mais avançados e conscientes da frente de luta estudantil para que realizem agitação e levem a mobilização e as reivindicações a todos os centros educativos, dando à luta estudantil um caráter unitário, combativo, de classe e solidário com outros movimentos (principalmente com o movimento dos trabalhadores). Nossa ferramenta de organização interna é a assembleia, nela decidimos as tarefas e responsabilidades semanais, as correspondentes a cada campanha de luta que realizamos e algumas responsabilidades mais ou menos permanentes como o porta-voz/coordenador com os Comitês Estudantis, coordenação de nossa revista, tesouraria, responsáveis de coordenação com o espaço social que participamos, etc. Nosso modo de funcionamento se dá por campanhas, as quais se formam primeiramente por temáticas de reivindicação e conscientização estudantil (preparação de greves, informações sobre as novas leis, intervenção em conflitos que acontecem nos locais de estudo, etc) ou em campanhas de outras temáticas como antirrepressiva e solidária (informar nos institutos casos de repressão e de presos políticos) sobre a luta das mulheres ou atividades culturais e de distração para atrair a juventude.

CP/RECC-PI: Como o CER foi fundado?
CER/Córdoba: O CER foi fundado por diversos jovens de Córdoba que sentiam a necessidade de criar um destacamento estudantil que impulsionasse a luta estudantil de uma perspectiva que nenhum coletivo estudantil em córdoba abordava, isto é, independente de grandes partidos políticos ou organizações vendidas e policlassistas, de uma postura de classe (aglutinando a juventude caracterizada por pertencer à classe trabalhadora e, portanto, lutando por seus interesses) e combativa (forjando um movimento estudantil disposto a levar na prática uma luta e oposição decidida e contundente para defender os interesses e reivindicações dos estudantes da classe trabalhadora). Desde sua fundação em setembro de 2014, o CER tem acumulado experiência na organização a partir da prática de distintas estratégias, colhendo o fruto de erros e acertos, aperfeiçoando assim nossa intervenção na luta e reforçando-nos na disciplina e conhecimento necessário para ser uma referência organizativa e de luta entre os estudantes da cidade.

CP/RECC-PI: Pelo que lutam os estudantes do CER?
CER/Córdoba: No CER lutamos pela melhoria das condições da educação a nível estadual e local, opondo-nos a qualquer reforma, recorte ou reajuste legislativo em desacordo com a comunidade educativa, assim como incidindo nas problemáticas concretas de cada centro de estudos. Além disso, reivindicamos uma educação pública, laica, de qualidade e científica que dê oportunidades a todos/as e atenda à Universidade, especialmente aos interesses dos filhos das classes populares, para isso tentamos coordenar e aglutinar em uma luta unitária toda a comunidade educativa e lutar ombro a ombro com outros setores e movimentos da luta dos trabalhadores. Temos a firme convicção de que a educação que buscamos e desejamos não pode existir no marco do sistema capitalista e, portanto, nossa postura é de ruptura com o mesmo.

CP/RECC-PI: O CER mantém algum tipo de regra ou princípios básicos para manter a unidade entre seus membros? Se sim, quais são?
CER/Córdoba: Atualmente estamos trabalhando na criação de normas/estatutos mais formais e específicos da organização. Ainda assim, podemos definir como normas ou princípios que mantêm a unidade do coletivo seu caráter democrático, a disciplina organizativa e discursiva (as formas de atuar no movimento e o discurso que devemos ter precisamente concordado em assembleia), o caráter progressista de todos os membros do coletivo (ainda que não sejamos um coletivo político, não permitimos a entrada de pessoas que tenham um discurso ou ideologia liberal ou reacionária de qualquer tipo) e o compromisso para a participação ativa de cada membro dentro do coletivo, cumprindo com suas tarefas e responsabilidades. 
CP/RECC-PI: Quais são as dificuldades enfrentadas pelo CER em busca da construção de um movimento estudantil autônomo na Espanha?
CER/Córdoba: Em primeiro lugar a dificuldade para acessar oficialmente aos locais de estudo sendo um coletivo independente, e com isso o não-reconhecimento por parte dos órgãos de direção dos locais de estudo e a administração pública como representantes legítimos do movimento estudantil. Por outro lado, a existência de sindicatos estudantis ligados a partidos políticos liberais e socialdemocratas que ao dispor de maiores meios econômicos e reconhecimento político e administrativo possuem mais facilidades para chegar aos estudantes, com isso levando suas posturas reformistas e suas formas de organização e ação burocráticas e pacifistas. Além disso, há de somar a tudo isso as dificuldades para coordenar-se e associar-se com outros coletivos de outras cidades, devido em parte o medo de muitos coletivos estudantis em perder sua autonomia, se decidirem se organizar a nível estadual. Por último, a repressão e coação por parte do Estado e de alguns grupos políticos reacionários também dificultam a construção de um movimento unitário e forte.

CP/RECC-PI: Quais são as organizações (estudantis, sindicais e populares) que o CER rechaça? Por quê rechaçam?
CER/Córdoba: Primeiramente, no CER consideramos necessário rechaçar a qualquer grupo que pretenda reduzir os estudantes à política reformista e oportunista, principalmente grandes sindicatos ou partidos, aqui na Espanha no âmbito estudantil materializado no Sindicato de Estudantes (SE). Por outro lado, obviamente, consideramos inimigos os grupos de extrema direita ou liberais. Por último, é importante assinalar àqueles grupos que sob a etiqueta da esquerda levam a cabo políticas e ideologias liberais e que só buscam fracionar e intoxicar, mergulhando os estudantes no relativismo pós-moderno; estes adotam muitas formas, desde coletivos autoproclamados anarquistas ou libertários, até coletivos locais que negam a luta de classes e pretendem dividir a luta em muitas frentes separadas baseando-a no individualismo que reivindica as transformações pessoais. Ainda assim não desconsideramos que em períodos de relativa tranquilidade das contradições desenvolvidas com estes grupos, possamos estabelecer alianças pontuais ou realizar ações concretas com algum destes grupos, sempre que não abandonem os princípios e os interesses do coletivo e dos estudantes-trabalhadores.

CP/RECC-PI: Quais são as organizações (estudantis, sindicais e populares) que o CER mantém unidade tática? Por que mantém?
CER/Córdoba: No CER tentamos ter relações sindicais com qualquer grupo que seja progressista e honesto. Em nossa cidade normalmente mantemos boas relações com alguns sindicatos com alguns sindicatos de base de professores e com órgãos e associações de pais e alunos dentro dos centros educativos. A nível nacional, ainda que dispondo apenas de coordenação com outros grupos do Estado (o que é um objetivo nosso), avaliamos como necessário organizar-se com qualquer grupo estudantil, de professores ou de trabalhadores que atue desde as bases e que apostem na unidade e na postura de classe sem tentar instrumentalizar o movimento para tirar benefícios políticos ou tratar de converter o movimento de massas em um movimento político ,o qual consideramos uma carência de perspectiva e estratégia. Um exemplo de organização a nível nacional que aposta por estes princípios e que atualmente está ganhando posições do Sindicado de Estudantes (organização estudantil estatal oportunista e burocrata) seria o sindicato "Frente de Estudantes", o qual tem presença em todo o Estado.


CP/RECC-PI: Na declaração "Los Comités Estudiantiles, un modelo de organización para el Movimiento Estudiantil[1]" o CER indica a formação de comitês de estudantes, com o fim de permitir a organização estudantil pela base, fora das burocracias estudantis e sindicais. A RECC desde sua fundação, mostrou que uma das formas de destruir o que chamamos de “burocracia estudantil” é com a formação de coletivos de curso, tais como o “Tempo de Luta” (Tiempo de Lucha) dos estudantes do curso de História, assim como Oposições por locais de estudo, como a Oposição Classista e Combativa ao DCE da UFC (Oposición Clasista y Combativa al Directorio Central de los Estudiantes de la Universidad Federal de Ceará). Gostaríamos de saber como se articulam os comitês de estudantes do CER, o que fazem, e como está hoje a construção destes comitês. 
CER/Córdoba: Os Comitês Estudantis é um compromisso com a organização do movimento estudantil em cada local de estudo, e pelo crescimento quantitativo do movimento. Esta estratégia se baseia em formar grupos de trabalho sindical em cada instituto, que façam trabalho de agitação e conscientização, assim como uma assembleia de coordenação para gerar campanhas e ações a realizar entre todos os Comitês e ajudar outros estudantes a formarem novos Comitês. Dentro desta estratégia, o CER tem tido um papel dinamizador e facilitador, ajudando os Comitês e levando iniciativas, isto é, os Comitês são independentes, mas nós, com nosso exemplo, conseguimos ser referência para grande parte deles. Na construção dos Comitês, surgem problemas na hora de se estabelecer em outros locais de estudo, já que os órgãos de direção não reconhecem nenhum grupo de organização que seja independente à burocracia administrativa pública. Por outro lado, existem coletivos políticos que ao invés de ver os Comitês como um passo adiante na organização e unidade estudantil, veem neles um impedimento para expandir suas ideias e ideologias ao não serem suficientemente sólidas para levá-las de maneira aberta às assembleias em que participam todos os Comitês e o CER, e, portanto, tentam destruir a unidade dos Comitês de Estantes para poder absorver algum deles ou captar seus membros.


CP/RECC-PI: O avanço do neoliberalismo produz, além da insegurança no trabalho, na saúde, educação e na vida, uma onda de repressão. No Brasil, o governo de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, assinou a “Lei Antiterrorista”, que se adapta facilmente aos movimentos sociais independentes e combativos. Este avanço da repressão internacional também foi sentido na Espanha? Se sim, quais foram as consequências para o CER?
CER/Córdoba: Atualmente na Espanha está ocorrendo uma perseguição muito grave e generalizada da juventude lutadora, em geral quebrando a liberdade de expressão e o direito de manifestação de maneira generalizada por todo o Estado, chegando a extremos como os casos mais recentes, onde realizaram várias operações policiais a nível estadual contra a juventude, por expressar opiniões no Twitter, assim como contra cantores e rappers devido ao conteúdo de suas canções, chegando a sentenças de condenação à vários anos de cárcere. Em Córdoba, nós, do Comitê Estudantil de Resistência temos passado e seguimos em um período onde os órgãos de repressão nos têm na mira: Em primeiro lugar, temos um companheiro à espera de julgamento por uma armação da polícia após ações policiais que recebemos, nas quais vários companheiros do coletivo saíram feridos. Além disso faz pouco mais de um mês que recebemos nove multas por auxiliar uma manifestação para apoiar um coletivo feminista, as quais somam um total de 1.800€ de sanção, assim como outras multas e julgamentos que recebemos em anos anteriores. Cremos que há uma perseguição sistemática da juventude e concretamente em Córdoba contra nosso coletivo com o objetivo de neutralizar-nos politicamente e assustar-nos junto com o resto do movimento estudantil que pouco a pouco vai se posicionando junto a nós.
  
CP/RECC-PI: Como os/as companheiros/as apontariam a relação dos partidos políticos na Espanha com os sindicatos e o Movimento estudantil?
CER/Córdoba: Como comentamos anteriormente, no panorama estudantil, o sindicato com maior reconhecimento pela administração do Estado e por outros meios de comunicação é o Sindicato de Estudantes (SE) o qual está relativamente ligado através das Juventudes Socialistas do PSOE (Partido liberal majoritário na Espanha). Por outro lado, existem coletivos e plataformas ligadas, criados ou na esfera de influência do Esquerda Unida, PCE e Podemos, partidos que se autodenominam como nova esquerda mas que não deixam de estar posicionados politicamente dentro da socialdemocracia; a incidência destes partidos no movimento estudantil tem gerado plataformas e coletivos estudantis que, com uma mensagem rebaixada para tentar atrair os estudantes, utilizam o movimento estudantil como espaço para ganhar votos, neutralizando a luta ao subordiná-la à estratégia eleitoral, e perpetuando a consciência reformista e conciliadora dentro do movimento, sem questionar o sistema e negando a luta de classes.

CP/RECC-PI: Qual é a relação do CER com as organizações estudantis e sindicais da Espanha sob a tutela destes partidos?
CER/Córdoba: Na maior parte das ocasiões, nossas posturas a nível de princípios e de organização e estratégia parecem ser irreconciliáveis com as destes grupos, ainda que em algumas ocasiões participamos de mesas de debates, e atos ou jornadas, nossa proposta organizativa e nossas aspirações são apostas às desses grupos, o que fez com que a maioria das tentativas de coordenação com eles tenham falhado, inclusive nos confrontamos com eles. Estas experiências, longe de desmotivar-nos, nos mostra que os estudantes acabam escolhendo posições justas e terminam se posicionando pela luta combativa e pela base.


CP/RECC-PI: O que os/as companheiros/as esperam do futura da luta dos estudantes na Espanha?
CER/Córdoba: Nosso objetivo e anseio a médio prazo para o movimento estudantil no Estado espanhol é conseguir uni-lo em um só movimento ou organização, onde caibam todos os estudantes e sejam as posições classistas e combativas as que ganhem a maior parte da hegemonia dentro do mesmo. Cremos que a experiência aqui e em distintas cidades está demonstrando não só que é necessário o caminho correto, mas que é possível e que pouco a pouco avançamos para consegui-lo, somos conscientes que no resto do país há muitos mais grupos com nossos princípios e objetivos e cremos que é importante superar a fase de trabalho exclusivamente local, ilhado e independente e autônomo de tudo e de todos e que temos de vencer o medo da unidade, sem deixar de reivindicar as formas organizativas que são justas, confiando no resto dos companheiros de outras cidades, mas sem baixar a vigilância, conquistando posturas comuns e unitárias, obtendo uma única disciplina e discurso a nível estadual convertendo o movimento estudantil em um só punho que golpeie o sistema em uma direção, na mesma direção que nossos companheiros de classe, os trabalhadores.


CP/RECC-PI: Por último, se desejarem, deixem uma mensagem aos estudantes brasileiros.
CER/Córdoba: Sem dúvida, nossa mensagem aos estudantes brasileiros não pode ser outra que a de animar a continuar com a luta estudantil. Ainda que os tempos atuais sejam duros, não devemos dar nem um passo atrás, devemos resistir e lutar por aquilo que cremos. Companheiros/as, os/as estudantes do Comitê Estudantil de Resistência estão com vocês!
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Contatos do CER/Córdoba:Facebook: www.facebook.com/cercordoba 
Site: www.cercordoba.blogspot.com
Email: cercordoba@hotmail.com | cercordoba1@gmail.com
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Teresina: Semana Nacional Classista e Combativa

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A Semana Nacional Classista e Combativa (SNCC) é uma homenagem que a RECC faz todos os anos, para lembrar os estudantes que morreram durante a ditadura civil-militar brasileira. Dia 28 de Março foi o dia da morte do estudante Edson Luís, morto pela ditadura no Calabouço, um restaurante popular no Rio de Janeiro, no ano de 1968.

Atividades serão realizadas em todo o país, por todos os núcleos da RECC. Em Teresina, o Comitê de Propaganda da RECC no Piauí (CP/RECC-PI) convida aos estudantes para participarem da programação da SNCC na cidade.

Dia 27 de março (segunda) em Teresina-PI, às 16h, realizaremos um debate com o título: Criminalização do movimento estudantil - Da ditadura aos tempos atuais.

A criminalização do movimento estudantil no Brasil durante a ditadura civil-militar foi marcada por delações, torturas e mortes. Baseada na Lei de Segurança Nacional, assim como outras leis que limitavam os direitos populares, estudantes foram retirados de suas famílias, e alguns deles até hoje não foram encontrados.

O Governo Lula-Dilma/PT, ao congelar as lutas sociais entre 2003 e 2016, avançou também na repressão contra os que não concordavam com suas políticas. O marco dessa política criminalizatória pode ser identificado com a assinatura da Lei Antiterrorista.

O evento é gratuito, e as vagas são limitadas. Para participar, é preciso preencher um formulário de inscrição, que pode ser acessado neste link: http://migre.me/wioaB


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Parnaíba: Semana Nacional Classista e Combativa

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A Semana Nacional Classista e Combativa (SNCC) é uma homenagem que a RECC faz todos os anos, para lembrar os estudantes que morreram durante a ditadura civil-militar brasileira. Dia 28 de Março foi o dia da morte do estudante Edson Luís, morto pela ditadura no Calabouço, um restaurante popular no Rio de Janeiro, no ano de 1968.
Atividades serão realizadas em todo o país, e em Parnaíba não poderia ser diferente. O Comitê de Propaganda da RECC no Piauí (CP/RECC-PI) convida aos estudantes para participarem da programação da SNCC na cidade. Segue a programação:

28 de Março - Parnaíba-PI:
09:00h, UESPI.
Documentário: Calabouço, um tiro no coração do Brasil.
Debate: Repressão ao Movimento Estudantil, ontem e hoje.
Debatedores: Pró-Coletivo de História UESPI/Parnaíba.

16:00h, Quadra da UFPI.
Debate: A função dos estudantes na atual situação brasileira.
Debatedores: Pró-Coletivo de Psicologia/UFPI-Parnaíba.

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Para mais informações, visite:
Fórum de Oposições pela Base

Comitê de Propaganda da RECC no Piauí

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